quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

★Feliz★ 。 • ˚ ˚ ˛ ˚ ˛ • •
。★Ano 2011★ 。 。° 。 ° ˛
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• ˚ | 田田 |門| ˚ ˛ ˚ ˛ •. ♥

Um conto de Natal de José Saramago

Um conto de Natal de José Saramago - História de um muro branco e de uma neve preta

Não haveria nada mais fácil no mundo das histórias que escrever um conto de Natal com Menino Jesus ou sem ele, se não fosse dar-se o caso de que uma criança que nasce está sempre nascendo. O nosso grande erro, esquecidos como em geral andamos das infâncias que vivemos, foi pensar que as crianças nascem uma única vez e que depois de nascidas se limitam a ficar à espera de que o tempo passe e as transforme em adultos, os quais, como deveríamos saber, constituem uma espécie diferente de seres humanos. A criança começa por nascer uma vez, que é a de vir ao mundo, e depois continua a nascer para compreendê-lo: não tem outro remédio nem há outra maneira. Como se verá pelas duas breves histórias que se seguem, ambas autênticas, ambas verdadeiras.

A terra, àquela hora, cobria-se de uma noite tão escura que parecia impossível que dela pudesse nascer o Sol. Não tem chovido, as tempestades andam por longe, o rio descansa da sua primeira cheia de Inverno, os charcos são de mercúrio. O ar está frio, parado, e estala quando respiramos, como se nele se suspendesse uma ténue rede de cristais de gelo. Há uma casa e luz lá dentro. E gente: a Família. Na lareira ardem grossos troncos de lenha de donde se desprendem, lentas, as brasas. Quando à fogueira se lhes juntam gravetos, ramos secos, um punhado de palha, a labareda cresce, divide-se em trémulas línguas, sobe pela chaminé encarvoada de fuligem, ilumina os rostos da família e logo volta a quebrar-se. Ouve-se o ferver das panelas, o frigir do azeite onde bóiam as formas redondas das filhós, entre o fumo espesso e gorduroso que vai entranhar-se nas traves baixas do telhado e nas roupas húmidas. São talvez nove horas, a modesta mesa está posta, o momento é de paz e de conciliação, e a Família anda pela casa, confusamente ocupada em pequenos trabalhos, como um formigueiro.

Não tarda que saiam todos para o quintal. Vai ser lançado ao ar o foguete de três respostas, esse que, cumprindo a tradição, anunciará aos vizinhos que naquela casa já a última filhó saiu do tacho, a escorrer, e foi cair no alguidar profundo onde aguardará o retoque final da canela e da calda de açúcar. Entre portas, a Criança vê a Família a sorrir fazendo e desfazendo grupos em torno do avô, que sopra um tição trazido da lareira e o aproxima do cartucho de pólvora amarrado ao caniço. Tinha pedido que o deixassem ajudar, mas responderam-lhe como das outras vezes: “Ainda és muito pequeno, para o ano que vem”. A Família tem razão: é preciso ter cuidado com as crianças.

A pólvora inflama-se bruscamente, lança um jacto de fagulhas vivíssimas, silva como uma serpente, e logo é um dragão rugindo que sobe para o ar gelado, corta-o como uma espada de fogo, e lá muito no alto, quase tocando as primeiras estrelas, estala, estraleja, cobrindo os ecos de outro foguete distante. O caniço desce com uma luz mortiça que desmaia, e vai cair longe, nos olivais que rodeiam a casa, sobre as ervas cobertas de geada. Com este tempo não há perigo de que pegue fogo às árvores. De súbito, a Família diz que está frio e volta para casa, levando entre os braços, entre os anéis, entre os tentáculos, a Criança a quem não deixaram ajudar a lançar o foguete. Tinham deixado a porta aberta, o interior da cozinha arrefecera. A Avó acode a espalhar na fogueira uma mão-cheia de aparas, desgalha um ramo seco de oliveira, parte-o com as mãos calejadas, mas é com suavidade que depois chega os troços à chama, como se estivesse a alimentá-la. O lume hesita, escolhe o lado mais acessível da lenha, e depois, indiferente, alheado, a pensar noutra coisa, recomeça o seu eterno ofício de fabricante de cinzas.

A Família gira em redor da mesa, arruma-se nas poucas cadeiras que há, trazidas algumas de outras casas, uns quantos escabelos pouco firmes, um caixote velho posto em pé. Os rostos estão sorridentes e corados, e têm nomes e apelidos, mas, para a Criança, são, antes de tudo, os Pais, os Avós, os Tios, os Primos, um enorme e complicado corpo de animal que lhe lembra a história da Bicha-de-Sete-Cabeças ou o Dragão-Que-Não-Dorme. Sobre a mesa trava-se uma gesticulação ruidosa de facas e garfos, de mãos, de dentes, uma contínua mastigação que deforma os rostos e engordura as bocas. Contam-se casos, anedotas, todos riem. O frio está lá fora, e a geada, e a noite impenetrável. A Criança anima-se, já esqueceu a decepção, para o ano talvez a deixem lançar o foguete sozinha. Também tem uma história para contar, só está à espera duma pausa, dum momento mágico em que todos se calem, acaso emudecidos por um anjo que passou deixando apenas a imagem de um dedo imperioso sobre os lábios cerrados. O momento está a chegar por fim, uma a uma calam-se as bocas da Família, é agora ou nunca, a Criança inspira fundo, rompe o silêncio, começa a falar. A Família olha surpreendida, dá alguma atenção, mas não muita nem por muito tempo, não dura, não pode durar, as vozes regressam do silêncio, e é o Pai que lhe corta a narrativa com uma frase que faz rir toda a gente. Uma frase que vai fazer chorar a Criança. Porque o Menino, a Criança é um menino, levanta-se da mesa, abre a porta, separa-se da Família e desce os três degraus de pedra que conduzem ao mundo. Ali adiante há um muro caiado, baixo, com uma varanda dando para terras ignotas. A Criança vai debruçar-se sobre o muro, deixa cair a cabeça sobre os braços cruzados, e o terrível nó das lágrimas desata-se dentro de si. Da casa vêm risos e vozes, alguém fala muito alto, e depois ressoam gargalhadas. Ninguém está pensando na Criança.

Faz muito frio. Visto daqui, o céu parece estar feito de veludo negro. E há as estrelas. Duras, nítidas, implacáveis, quase ferozes. A Criança levanta os olhos. Lá estão elas a brilhar. Olhadas através das lágrimas, as estrelas são diferentes. Mundo estranho, estranho mundo, este. Sob os passos da criança, o chão duro e gelado range, E, em frente, as árvores negras, misteriosas, onde à noite os grandes medos se vão esconder, tomam o ar confidencial de quem conhece todos os segredos futuros, a hora e o lugar onde acontecerá o terceiro nascimento e o quarto, e o quinto, todos os aqueles que ainda esperam a esta Criança, até mesmo quando de havê-lo sido já não lhe restar memória.

As Crianças estão sempre a nascer. Às vezes nascem de explosivas alegrias, de achados incríveis, de deslumbramentos únicos, mas o mais frequente, uma vez após outra, é nascerem de cada tristeza sofrida em silêncio, de cada desgosto padecido, de cada frustração imerecida. Há que ter muito cuidado com as Crianças, nunca me cansarei de o dizer. Um dia uma Professora teve uma ideia de Professora e mandou os seus alunos que fizessem uma composição plástica sobre o Natal. Claro está que não empregou esta linguagem, o que disse foi: “Façam um desenho sobre o Natal. Usem lápis de cores, ou aguarelas, ou papel de lustro, o que quiserem. E tragam na segunda-feira”. Uns com lápis, outros com aguarelas, outros com papel recortado, alguns pintando com os dedos, todos cumpriram o melhor que puderam. Apareceu tudo quanto é costume nestes casos: o presépio, os reis magos, os pastores, São José, a Virgem e, inevitavelmente, o Menino Jesus. Bem feitos uns, mal feitos outros, toscos ou esmerados, os desenhos caíram na segunda-feira em cima da secretária da Professora. Ali mesmo ela os viu e lhes pôs nota. Ia marcando “bom”, “mau”, “suficiente”, como se com esses juízos os marcasse para a eternidade. De repente. Ah, quantas vezes ainda teremos de dizer que é preciso muito cuidado com as crianças! A Professora segura um desenho nas mãos, um desenho que não é melhor nem pior que os outros. Mas ela tem os olhos fixos, está confusa, perturbada: o desenho mostra a invariável manjedoura, a vaca e o burrinho, e toda a restante figuração. Sobre esta cena já sem mistério cai a neve, e esta neve é preta. Porquê?
“Porquê?”, pergunt
a a Professora à Menina que fez o desenho. A Menina não responde. Talvez mais nervosa do que quereria mostrar, a Professora insiste. Há na sala os risos cruéis e os murmúrios de troça que sempre aparecem em ocasiões destas. A Menina está de pé, muito séria, um pouco trémula. E responde, por fim: “Pintei a neve preta porque foi nesse Natal que a minha mãe morreu”. Fez-se silêncio e a Professora pensou, assim o veio a contar mais tarde: “À Lua já chegámos, mas quando e como conseguiremos chegar ao espírito duma criança que pintou a neve preta porque a mãe lhe morreu?”.

Muitos anos depois destas histórias terem acontecido, contei-as a uma outra Menina, que me perguntou: “E eles ainda estão tristes?”. Nessa altura disse-lhe que sim, que há tristezas que o tempo não consegue apagar, mas hoje conforta-me a ideia de que talvez o Menino do Muro Branco e a Menina da Neve Negra se tenham encontrado na vida, e que talvez por causa deles o mundo já esteja a mudar sem que nós tenhamos dado por isso.


Este conto (se o é) tem a sua origem em duas crónicas, “Um Natal Há Cem Anos” e “A Neve Preta”, publicadas no jornal A Capital no final dos anos 60 e que hoje podem ser lidas mais comodamente no volume Deste Mundo e do Outro. A junção delas (que de certa maneira é também fusão) aconteceu em 1995 e teve como destino uma revista espanhola entretanto desaparecida. Relidas hoje, novamente refeitas, estas velhas crónicas perguntam se o muro branco ainda lá está e se ainda há quem tenha de continuar a pintar a neve com tinta preta. Por mim, acho que sim. Quem dera que sejam muitos os que tenham razões para pensar que não.

(Coord. Vasco Graça Moura, Gloria in Excelsis, Histórias Portuguesas de Natal, col. Mil Folhas, Público)


via
http://conversavinagrada.blogspot.com/

Olhe para as estrelas

Look Up at the Stars, Portugal! from Matthew Brown on Vimeo.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

parfait de chocolate

http://www.fageusa.com/recipe_detail.aspx?PageId=280


http://www.taste.com.au/recipes/14414/aniseed+chocolate+parfait

O animal é secreto e insondável

New animals from Netalga on Vimeo.



Publicado em:
"O animal é secreto e insondável para nós, o animal se abre diante de mim uma profundidade que me atrai e eu estou familiarizado. De alguma forma eu sei que essa profundidade: é meu. É também o que está mais longe de mim, que merece o nome de profundidade, isso só significa que eu posso compreender "
Georges Bataille, Teoria da Religião.

sábado, 11 de dezembro de 2010

OPINIÃO

O caso Wikileaks é revelador da derrocada moral do velho poder

"O caso Wikileaks é revelador da derrocada moral do velho poder que em toda a parte continua instalado na política, na economia e, também, há que dizê-lo, no jornalismo. A sanha, de contornos fascizantes, que emergiu nos últimos dias neste nosso chamado mundo ocidental, o tal civilizado e democrático, contra um jornalista cujo único crime foi ter divulgado alguns documentos de evidente interesse público, só tem paralelo nos regimes tiranos e totalitários. A tão propalada liberdade de expressão só serve para criticar os outros. Quando atinge o velho mundo dito avançado então a máscara cai e a face tão feia e bárbara como a dos outros é revelada.

Os mesmos que ontem criticaram ferozmente a China por ter desligado o Google, exigem agora que se "assassine" (sic) Julian Assange. Aliás, a Casa Branca proibiu os funcionários públicos de consultar o Wikileaks, ou seja, seguindo o mesmo método censório chinês que desativou o site logo em 2007. E, já agora, mantendo a comparação, é difícil ver alguma diferença relevante entre a justiça chinesa que condenou o recém-nomeado prémio Nobel Liu Xiaobo por delito de opinião e esta justiça inglesa e sueca que se presta à aviltante farsa de prender Assange porque fez sexo sem preservativo. Crime de gravidade tão colossal que nem teve direito a caução. Definitivamente, o velho poder perdeu a compostura. Vergonha nunca teve nenhuma, como se sabe.

E afinal porquê tanta agitação e ódio? O verdadeiro jornalismo sempre teve por missão revelar os segredos dos poderosos e dessa forma contribuir para atenuar a sua prepotência e garantir alguma transparência pública. Onde está então a diferença de tantos outros casos?

Wikileaks é o ponto alto de uma guerra, surda e suja, que os velhos poderes do mundo conduzem contra a Internet. A Internet gerou uma nova cultura assente na liberdade e sobretudo na liberdade de expressão. Uma liberdade que não se fica pelos enunciados, como é corrente nos discursos do velho poder, mas que se pratica ativamente, se distribui, interage, evoluí, como um organismo vivo. Um verdadeiro vírus, perigoso e subversivo para aqueles que acima de tudo têm pavor da liberdade, da criatividade, da imaginação e do talento de indivíduos livres.

Quando todo esse potencial libertário serve para fazer dinheiro eles adoram, mas quando coloca em questão a arquitetura do poder estabelecido eles detestam e atacam. Ora não existem duas internets. Uma coisa vem com a outra. Estas cabeças ainda não o perceberam.

Mais do que os gadgets, o entretenimento, as promoções, as múltiplas parvoíces, a Internet permitiu que o conhecimento e a informação passassem a ser o domínio de muitos milhões e não já, como era habitual, só dos privilegiados e poderosos. Hoje, 2 biliões de pessoas, ou seja, cerca de um terço da humanidade, pode divulgar, partilhar e manipular qualquer tipo de saber ou informação. E isso configura uma revolução que altera não só a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos, mas que exige uma profunda mudança na organização política e social das nossas sociedades. Em vez de evoluir o velho poder resiste, perseguindo os mesmos esquemas brutos e estúpidos de sempre. Imaginar, por exemplo, que é possível matar o mensageiro, quando existem muitos milhões de potenciais mensageiros, é no mínimo pouco inteligente. E muito desesperado, diga-se de passagem. Podem prender ou mesmo assassinar o Assange do momento, mas outros se seguirão. Disso não restam dúvidas. Basta pensar que na sequência dos ataques neste momento já existem mais de mil sites que "espelham" o Wikileaks. Vão prender toda a gente?

A velha cultura deste poder instalado à sombra de democracias formais, resistente à mudança, corrupto na sua essência, hipócrita e secreto nas suas práticas, tem pouca viabilidade numa sociedade cada vez mais transparente. A consequência é o descrédito absoluto em todo o planeta na classe política e também no modelo económico vigente que, em boa verdade, comanda as operações.

A revolução da Internet exige uma nova democracia, mais livre, mais transparente, mais honesta, mais criativa, já que a atual está gasta e senil como se pode constatar."



Este artigo de opinião foi escrito em conformidade com o novo Acordo Ortográfico.
Leonel Moura
via
http://networkedblogs.com/bJE1S

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Viagens

filatorio (1)

"O Real Filatório de Chacim é criado em 1788, por decreto de D. Maria I. A proposta de fundação de um real filatório e de escolas de fiação para a província de Trás-os-Montes, insere-se num plano mais vasto de desenvolvimento da produção da seda em Portugal, na senda do impulso manufactureiro registado na última fase do período pombalino.
O Real Filatório de Chacim simboliza uma tentativa de fomento de um sector produtivo no âmbito das actividades transformadoras, preconizando também a introdução em Portugal de uma tecnologia de vanguarda no seio da indústria sericícola. A introdução do moinho de seda redondo em Chacim constitui para alguns autores uma transferência tecnológica piemontesa. Desde o século XIV que no Norte de Itália se aperfeiçoava o trabalho da seda com base num moinho redondo. Em Piemonte associou-se uma dobadoura mecânica ao moinho redondo, permitindo uma produção à escala industrial e afastando-a um pouco dos padrões manufactureiros até então praticados. No entanto, o filatório de Chacim não parece ter revelado a existência desta dobadoura mecânica, sendo este trabalho realizado manualmente pelas mulheres. Mas a introdução do moinho redondo de seda, é só por si, uma inovação tecnológica de extrema importância para Portugal, ainda que sem grande continuidade, permitindo obter um produto de elevada qualidade face ao produzido habitualmente. O fio fabricado por este sistema alcançava um superior grau de torção, uma maior uniformidade e um brilho mais significativo.
Os vestígios materiais existentes em Chacim são significativos do desenvolvimento da actividade de fiação, tanto em termos do edificado, caso das ruínas do edifício da fiação, da casa dos casulos, como dos testemunhos da laboração existentes in situ e dos instrumentos de laboração exumados durante os trabalhos arqueológicos. Existem também alguns vestígios construtivos da distribuição e condução da água, testemunhando a força motriz utilizada.
O que resta do edifício da fiação é um testemunho importante de uma instalação laboral em altura, constituindo um exemplo significativo no âmbito do património industrial."
via
http://trasmontesdepaisagens.blogs.sapo.pt/

Mamoa Chã das Arcas
Serra do Alvão

http://www.flickr.com/photos/jp_nascimento/5216099514/in/photostream/

http://igrejas_e_capelas.blogs.sapo.pt/

http://aesperadegodot.blogs.sapo.pt/

http://portografico.blogs.sapo.pt/

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tua

Tua

Esculturas do rio

Rio Tua

Rio Tua

Rio Tua

Rio Tua

O vale do Tua

O vale do Tua

Linha do Tua

A Linha

O problema não é meu

http://www.youtube.com/watch?v=qccQxRR2B2c&feature=player_embedded#!



http://www.ustream.tv/channel/toluivtv

Bolo de arroz

fb_pMzbnnfRvnIf0ArZmInJ



Ingredientes

2 chávenas de chá de arroz cru demolhado 12 horas
1 chávena de chá de leite
4 ovos médios
3/4 de chávena de chá de óleo
1,5 chávenas de chá de açúcar
100 gr de queijo flamengo ralado
1 colher de sopa de fermento

Preparação

De véspera, colocar o arroz de molho em bastante água. No dia seguinte, escorrer a água e colocar o arroz, juntamente com o leite e o óleo no liquidificador, batendo muito bem. Juntar os ovos e o açúcar e voltar a bater muito bem. Adicionar o queijo e bater de novo. Por último, acrescentar a colher de fermento e envolver rapidamente. Levar ao forno a, pré-aquecido, a 180º C, por 45 minutos, numa forma untada e polvilhada.


via
http://www.afestadebabette.blogspot.com/

Outra receita

Bolo de arroz cru

Ingredientes
1 ½ xícara de chá de açúcar
2 xícaras de chá de arroz crú
1 xícara de chá de leite
1 xícara de chá de óleo
1 xícara de chá de coco ralado
1 xícara de chá de queijo ralado
4 ovos
1 colher de sopa de fermento em pó

Como Fazer
Coloque o arroz de molho na noite anterior. No dia seguinte, escorra a água, coloque-o no liquidificador e bater muito bem com um pouco do leite. Bata até desaparecerem os grânulos, acrescente o restante dos ingredientes deixando o coco ralado para ser acrescentado sem bater, só misturando. Despeje em forma untada com manteiga e polvilhada com fécula de batata.
Leve ao forno até dourar. Faça o teste do palito.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Esopo e as suas fábulas

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitQFXMniw340DJ513or5ddMjAVEHgdWyqTo8xKChnIQE6ECzms73NvizxK97FQ3e87QyKwiWW0l9ey36b813wVxa1vNNcJisNPziqqvTJph0Xi84kxQ7sLZobVTVqIEMq35P-zftf0SRzM/s1600/Esopo+-+Diego+Vel%25C3%25A1squez.jpg

Esopo
(segundo o talento e a imaginação de Diego Velásquez)


Esopo foi um célebre moralista e fabulista da Antiguidade, sobre cuja existência correm diversas versões, quase todas incertas e algumas delas contraditórias.
A ter existido, viveu por meados do século VI antes de Cristo (a. C.) e terá nascido na Anatólia ou na Trácia.

As únicas informações dignas de crédito devem-se a Heródoto. Delas apenas se pode concluir que Esopo teria vivido em Samos, possivelmente como escravo, e que terá sido morto em Delfos devido a um sacrilégio por ele praticado no templo de Apolo.
Não há dúvida de que no século V (a. C.) as Fábulas, e o seu presumível autor, gozavam já de enorme popularidade em Atenas.

As fábulas são pequenas histórias de animais, que transmitem ensinamentos para a vida dos humanos. É por isso que as suas “personagens” (os animais) possuem o dom da fala, são sábios ou ignorantes, bondosos ou maus, desprendidos ou invejosos, solidários ou indiferentes, sagazes ou estúpidos. E desses curtos enredos retira o fabulista os caminhos “moralizados” que coloca à disposição da espécie humana.

Recordemos algumas dessas famosas histórias nas velhas e preciosas gravuras que se seguem…

via

http://torredahistoriaiberica.blogspot.com/2010/12/as-fabulas-de-esopo.html

O AMOR EM VISITA

O AMOR EM VISITA

Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lúbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.

Cantar? Longamente cantar,
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave
o atravessar trespassada por um grito marítimo
e o pão for invadido pelas ondas,
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes
ele - imagem inacessível e casta de um certo pensamento
de alegria e de impudor.

Seu corpo arderá para mim
sobre um lençol mordido por flores com água.
Ah! em cada mulher existe uma morte silenciosa;
e enquanto o dorso imagina, sob nossos dedos,
os bordões da melodia,
a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,
desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.
- Ó cabra no vento e na urze, mulher nua sob
as mãos, mulher de ventre escarlate onde o sal põe o espírito,
mulher de pés no branco, transportadora
da morte e da alegria.

Dai-me uma mulher tão nova como a resina
e o cheiro da terra.
Com uma flecha em meu flanco, cantarei.

E enquanto manar de minha carne uma videira de sangue,
cantarei seu sorriso ardendo,
suas mamas de pura substância,
a curva quente dos cabelos.
Beberei sua boca, para depois cantar a morte
e a alegria da morte.

Dai-me um torso dobrado pela música, um ligeiro
pescoço de planta,
onde uma chama comece a florir o espírito.
À tona da sua face se moverão as águas,
dentro da sua face estará a pedra da noite.
- Então cantarei a exaltante alegria da morte.

Nem sempre me incendeiam o acordar das ervas e a estrela
despenhada de sua órbita viva.

- Porém, tu sempre me incendeias.
Esqueço o arbusto impregnado de silêncio diurno, a noite
imagem pungente
com seu deus esmagado e ascendido.
- Porém, não te esquecem meus corações de sal e de brandura.

Entontece meu hálito com a sombra,
tua boca penetra a minha voz como a espada
se perde no arco.
E quando gela a mãe em sua distância amarga, a lua
estiola, a paisagem regressa ao ventre, o tempo
se desfibra - invento para ti a música, a loucura
e o mar.

Toco o peso da tua vida: a carne que fulge, o sorriso,
a inspiração.
E eu sei que cercaste os pensamentos com mesa e harpa.
Vou para ti com a beleza oculta,
o corpo iluminado pelas luzes longas.
Digo: eu sou a beleza, seu rosto e seu durar. Teus olhos
transfiguram-se, tuas mãos descobrem
a sombra da minha face. Agarro tua cabeça
áspera e luminosa, e digo: ouves, meu amor?, eu sou
aquilo que se espera para as coisas, para o tempo -
eu sou a beleza.
Inteira, tua vida o deseja. Para mim se erguem
teus olhos de longe. Tu própria me duras em minha velada beleza.

Então sento-me à tua mesa. Porque é de ti
que me vem o fogo.
Não há gesto ou verdade onde não dormissem
tua noite e loucura,
não há vindima ou água
em que não estivesses pousando o silêncio criador.
Digo: olha, é o mar e a ilha dos mitos
originais.
Tu dás-me a tua mesa, descerras na vastidão da terra
a carne transcendente. E em ti
principiam o mar e o mundo.

Minha memória perde em sua espuma
o sinal e a vinha.
Plantas, bichos, águas cresceram como religião
sobre a vida - e eu nisso demorei
meu frágil instante. Porém
teu silêncio de fogo e leite repõe
a força maternal, e tudo circula entre teu sopro
e teu amor. As coisas nascem de ti
como as luas nascem dos campos fecundos,
os instantes começam da tua oferenda
como as guitarras tiram seu início da música nocturna.

Mais inocente que as árvores, mais vasta
que a pedra e a morte,
a carne cresce em seu espírito cego e abstracto,
tinge a aurora pobre,
insiste de violência a imobilidade aquática.
E os astros quebram-se em luz sobre
as casas, a cidade arrebata-se,
os bichos erguem seus olhos dementes,
arde a madeira - para que tudo cante
pelo teu poder fechado.
Com minha face cheia de teu espanto e beleza,
eu sei quanto és o íntimo pudor
e a água inicial de outros sentidos.

Começa o tempo onde a mulher começa,
é sua carne que do minuto obscuro e morto
se devolve à luz.
Na morte referve o vinho, e a promessa tinge as pálpebras
com uma imagem.
Espero o tempo com a face espantada junto ao teu peito
de sal e de silêncio, concebo para minha serenidade
uma ideia de pedra e de brancura.
És tu que me aceitas em teu sorriso, que ouves,
que te alimentas de desejos puros.
E une-se ao vento o espírito, rarefaz-se a auréola,
a sombra canta baixo.

Começa o tempo onde a boca se desfaz na lua,
onde a beleza que transportas como um peso árduo
se quebra em glória junto ao meu flanco
martirizado e vivo.
- Para consagração da noite erguerei um violino,
beijarei tuas mãos fecundas, e à madrugada
darei minha voz confundida com a tua.

Oh teoria de instintos, dom de inocência,
taça para beber junto à perturbada intimidade
em que me acolhes.

Começa o tempo na insuportável ternura
com que te adivinho, o tempo onde
a vária dor envolve o barro e a estrela, onde
o encanto liga a ave ao trevo. E em sua medida
ingénua e cara, o que pressente o coração
engasta seu contorno de lume ao longe.
Bom será o tempo, bom será o espírito,
boa será nossa carne presa e morosa.
- Começa o tempo onde se une a vida
à nossa vida breve.

Estás profundamente na pedra e a pedra em mim, ó urna
salina, imagem fechada em sua força e pungência.
E o que se perde de ti, como espírito de música estiolado
em torno das violas, a morte que não beijo,
a erva incendiada que se derrama na íntima noite
- o que se perde de ti, minha voz o renova
num estilo de prata viva.

Quando o fruto empolga um instante a eternidade
inteira, eu estou no fruto como sol
e desfeita pedra, e tu és o silêncio, a cerrada
matriz de sumo e vivo gosto.
- E as aves morrem para nós, os luminosos cálices
das nuvens florescem, a resina tinge
a estrela, o aroma distancia o barro vermelho da manhã.
E estás em mim como a flor na ideia
e o livro no espaço triste.

Se te apreendessem minhas mãos, forma do vento
na cevada pura, de ti viriam cheias
minhas mãos sem nada. Se uma vida dormisses
em minha espuma,
que frescura indecisa ficaria no meu sorriso?
- No entanto és tu que te moverás na matéria
da minha boca, e serás uma árvore
dormindo e acordando onde existe o meu sangue.

Beijar teus olhos será morrer pela esperança.
Ver no aro de fogo de uma entrega
tua carne de vinho roçada pelo espírito de Deus
será criar-te para luz dos meus pulsos e instante
do meu perpétuo instante.
- Eu devo rasgar minha face para que a tua face
se encha de um minuto sobrenatural,
devo murmurar cada coisa do mundo
até que sejas o incêndio da minha voz.

As águas que um dia nasceram onde marcaste o peso
jovem da carne aspiram longamente
a nossa vida. As sombras que rodeiam
o êxtase, os bichos que levam ao fim do instinto
seu bárbaro fulgor, o rosto divino
impresso no lodo, a casa morta, a montanha
inspirada, o mar, os centauros do crepúsculo
- aspiram longamente a nossa vida.

Por isso é que estamos morrendo na boca
um do outro. Por isso é que
nos desfazemos no arco do verão, no pensamento
da brisa, no sorriso, no peixe,
no cubo, no linho, no mosto aberto
- no amor mais terrível do que a vida.

Beijo o degrau e o espaço. O meu desejo traz
o perfume da tua noite.
Murmuro os teus cabelos e o teu ventre, ó mais nua
e branca das mulheres. Correm em mim o lacre
e a cânfora, descubro tuas mãos, ergue-se tua boca
ao círculo de meu ardente pensamento.
Onde está o mar? Aves bêbedas e puras que voam
sobre o teu sorriso imenso.
Em cada espasmo eu morrerei contigo.

E peço ao vento: traz do espaço a luz inocente
das urzes, um silêncio, uma palavra;
traz da montanha um pássaro de resina, uma lua
vermelha.
Oh amados cavalos com flor de giesta nos olhos novos,
casa de madeira do planalto,
rios imaginados,
espadas, danças, superstições, cânticos, coisas
maravilhosas da noite. Ó meu amor,
em cada espasmo eu morrerei contigo.

De meu recente coração a vida inteira sobe,
o povo renasce,
o tempo ganha a alma. Meu desejo devora
a flor do vinho, envolve tuas ancas com uma espuma
de crepúsculos e crateras.

Ó pensada corola de linho, mulher que a fome
encanta pela noite equilibrada, imponderável -
em cada espasmo eu morrerei contigo.

E à alegria diurna descerro as mãos. Perde-se
entre a nuvem e o arbusto o cheiro acre e puro
da tua entrega. Bichos inclinam-se
para dentro do sono, levantam-se rosas respirando
contra o ar. Tua voz canta
o horto e a água - e eu caminho pelas ruas frias com
o lento desejo do teu corpo.
Beijarei em ti a vida enorme, e em cada espasmo
eu morrerei contigo.

Herberto Helder

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ALIMENTO

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... de Paul Cézanne "Os Jogadores de Cartas"... porque faz sentido nos dias que correm..n>
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No dia em que se celebra a restauração da independência, soube-se que D. Duarte de Bragança, presumível descendente do rei restaurador D. João IV, "pediu a nacionalidade timorense”.

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Os adultos estão por perto



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"O título do blog apenas quer significar que a determinação,o sentido do dever, o respeito pelo cumprimento rigoroso das tarefas que aceitamos e a que nos propomos,bem como a decisão de superar obstáculos, são alguns dos valores que queremos que continuem a pautar a nossa vida.
Aqui procuraremos deixar fluir livremente palavras, enraizadas em ideias e princípios norteados pelos valores democráticos que desde há muito perfilhámos. Sempre aceitaremos as palavras dos que aqui passem para dois dedos de conversa ou de contradita...
Estaremos atentos a causas, designadamente às que se prendem com a defesa dos desprotegidos e dos que carecem do apoio e da palavra de outro ser humano.
Bater-nos-emos pela defesa dos direitos humanos e não pactuaremos com intolerâncias sejam de que tipo forem.
Sabemos bem do valor da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
Continuamos a poder dizer mais de 35 anos depois que o 25 de Abril foi, nas palavras de Sofia de Mello Breyner, "O dia inicial inteiro e limpo/Onde emergimos da noite e do silêncio..."



Levar a Carta a Garcia
Na guerra entre os EUA e a Espanha, a propósito da despótica colonização espanhola de Cuba, ocorreu o episódio que deu origem à frase “Levar a carta a Garcia”, divulgada por Elbert Hulbard em 1899. O presidente americano, Mackinley, precisou de contactar com um dos chefes da guerrilha cubana, o general Garcia. Chamou um tal Soldado Rowan e passou-lhe uma carta para ser entregue, em Cuba, ao comandante rebelde. Pelo que se conta, Rowan, sem nada perguntar, meteu a missiva numa bolsa impermeável e partiu para Cuba. Percorreu montes e vales, selvas e praias, mas, quatro dias depois, entregou a carta a Garcia e regressou aos EUA para dar conta do cumprimento da missão ao seu presidente. É este o sentido da expressão que dá título a este blogue: “Cumprir eficazmente uma missão, por mais difícil ou impossível que possa parecer”.

(in Ciberdúvidas)



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