"A computação, a teoria da informação e o acesso à mesma, a ubiquidade da Internet e da rede global envolvem muito mais do que uma revolução tecnológica. Implicam transformações de consciência, de hábitos de percepção e de expressão, de sensibilidade recíproca, que mal começámos a avaliar." George Steiner, in As Lições dos Mestres
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Gluko & Lennon
Deisem voar os pássaros
Hermanos Inglesos feat. MeMe - Wanderland from Kristof Luyckx on Vimeo.
Music video for "Wanderland" by Hermanos Inglesos feat. MeMe.
Directed by Kristof Luyckx & Michèle Vanparys.
Design: Kristof Luyckx & Michèle Vanparys
Art Direction: Kristof Luyckx
Editing: Stijn Deconinck & Kristof Luyckx
Animation: Michèle Vanparys, Michélé De Feudis, Dries Bastiaensen & Kristof Luyckx.
http://everythingvisual.net/?p=2052
Biblioteca de Livros Digitais
A história pode ser lida e ouvida!
Aqui:
http://e-livros.clube-de-leituras.pt/elivro.php?id=onunoescapaagripea&vid=
Biblioteca de Livros Digitais
http://e-livros.clube-de-leituras.pt/index.php
Fonte:
http://educaremportugues.blogspot.com/search/label/audiolivros
William Shakespeare
Noite De Reis
(William Shakespeare)
"Noite de Reis é uma comédia sobre o amor. No reino de Illrya, o duque Orsino está apaixonado por Lady Olívia, que não o ama. Uma jovem mulher, Viola, chega a Illrya levada pelo mar após um naufrágio. Ela tem um irmão gémeo idêntico, Sebastian, o qual ela acredita que morreu afogado no naufrágio. Viola se disfarça de homem, muda seu nome para Cesário, e encontra trabalho como mensageiro de Orsino. O trabalho de Viola é mandar mensagens de amor de Orsina para Lady Olívia. Olívia se apaixona por Viola (Cesário), achando que ela é um homem. Viola se apaixona por Orsino, mas não pode revelar seu amor por ele pois Orsino acha que ela é Cesário, um homem. Assim um triângulo amoroso é formado. Entrementes, o tio de Olívia, Sir Toby, e sua empregada Maria, pregam uma peça no pretencioso Malvólio. Maria falsifica uma carta para fazer Malvólio pensar que Lady Olívia está apaixonada por ele. Na carta, Malvólio é pedido para se vestir com meias amarelas e ligas, e sorrir constantemente para ganhar o amor de Lady Olívia. Malvólio acredita na carta e segue as instruções levando Olívia a acreditar que ele está louco. Levando a brincadeira mais longe, Feste, o bobo da casa, tranca Malvólio num pequeno quarto escuro como se estivesse "louco". O triângulo amoroso é resolvido pela chegada de Sebastian, o irmão gémeo de Viola. Sebastian chega com seu amigo António, que é inimigo de Orsino. O amigo de Sir Toby, Sir Andrew também está apaixonado por Olívia, e achando que Sebastian é Cesário, que Olívia ama, desafia Sebastian para um duelo. Olívia vê Sebastian, e achando que é Cesário o pede em casamento. Sebastian concorda e casa com Olívia. Enquanto isso, António foi aprisionado por Orsino, e vendo Cesário, achando que é Sebastian roga por sua ajuda. Viola (Cesário) não reconhece António e ele acredita que Sebastian o traiu. Orsino e Cesário visitam Olívia. Olívia, achando que Cesário é Sebastian, o comprimenta como seu marido. Orsino fica furioso. Sebastian aparece e a confusão é transformada numa feliz reunião. Orsino, percebendo que Viola (Cesário) é uma mulher, constata que ele a ama, e a pede em casamento. É um final feliz com Olívia casando com Sebastian, Orsino casando com Viola, Toby casando com Maria e Malvólio saindo do quarto escuro."
quinta-feira, 29 de julho de 2010
POEMA
O Sol pediu a Lua em casamento disse que já a amava há muito tempo
Desde a época dos dinossauros, pterodátilos, tiranossauros..
Quando nem existia a bicicleta nem o velotrol nem a motocicleta
Mas a lua achou aquilo tão estranho, uma bola quente que nem toma banho
Imagine só ___ tenha dó
Pois meu coração nao pertece a ninguém
Só a inspirações de todos os casais, dos grandes poetas aos mais normais
Sai pra la rapaz!
O Sol pediu a Lua em casamento,
E a Lua, disse:
Não sei, não sei, não sei
Me dá um tempo.
E 24 horas depois o Sol nasceu a Lua se pôs e..
O Sol pediu a Lua em casamento,
E a Lua, disse:
Não sei, não sei, não sei
Me dá um tempo.
O Sol congelou seu coração
Mas o astro rei
Com todos os seus planetas,
Cometas, asteroides,
Terra, Marte, Vênus, Netúnos e Urânos
Foi se apaixonar justo por ela,
Que o despresa e o deixa esperar.
Acontece que o Sol não se conformou
Foi pedir ao Vento para lhe ajudar,
Mas o Vento nem se quer parou
Pois não tinha tempo para conversar
O Sol sem saber mais o que fazer
Tanto amor pra dar,
E começou a chorar,
E a derreter,
Começou a chover, e a molhar,
E a escurecer.
O Sol pediu a Lua em casamento,
E a Lua, disse:
Não sei, não sei, não sei
Me dá um tempo.
E 24 horas se passaram e outra vez o Sol se pôs, a Lua nasceu
E de novo e de novo e de novo...
O Sol pediu a Lua em casamento,
E a Lua, disse:
Não sei, não sei, não sei
Me dá um tempo.
O Sol congelou seu coração
Se a Lua não te quer, tudo bem.
Voce é lindo cara e seu brilho vai muito mais além!
Um dia você vai encontrar alguém que com certeza vai te amar também.
http://www.myspace.com/pequenocidadao
TEATRO - António Feio
António Feio faleceu, depois de um ano em luta com um cancro no pâncreas. Podemos considerar-nos felizardos pois, meses antes, oferecera-nos uma belíssima entrevista conduzida pelo Daniel Oliveira. Na altura, António Feio era um homem cheio de esperança. Vêmo-lo a abrir o coração, a falar com abertura e frontalidade da doença e da morte. Se então era uma entrevista de coragem e liberdade, agora é uma entrevista-testemunho em que a coragem e a liberdade continuam a fazer sentido. Inspiram a viver a vida de frente. Mesmo quando ela traz a morte.
António Feio nasceu a 6 de Dezembro de 1954 em Lourenço Marques. Estreou-se no teatro a 6 de Maio de 1966. Fez televisão, cinema, dobragens e encenação. Foi professor de teatro. Foi casado duas vezes e teve quatro filhos. Marcou várias gerações que através do seu trabalho começaram a gostar de ir ao Teatro.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
A Origem
"Há felizmente muitos tipos de cinema. Aprecio quase todos, desde que o filme, o resultado final, me faça sair da sala escura com um olhar mesmo que apenas um pouco diferente da realidade, como uma dúvida, como uma lucidez súbita. Gosto do cinema da calma e da subtileza das personagens, das suas relações, das suas histórias, mesmo que em contextos de violência extrema como é o caso, por exemplo, de "O Profeta" ou de incerteza moral como todo o cinema de Haneke.
Gosto também do cinema manipulador e labiríntico de Christopher Nolan, de "Following" a "Memento", passando pelo "The Prestige", "The Dark Knight" claro e agora este "Inception". Ou não fosse eu também um fã de Hitchcock, por exemplo.
Quando Peter Jackson conseguiu o que conseguiu com o seu "Lord Of The Rings", deram-lhe dinheiro para ele fazer o seu brinquedo, um desmesurado "King Kong". Quando Bryan Singer fez dos dois primeiros "X-Men" sucessos planetários, ofereceram-lhe um "Superman" de muitos milhões para ele brincar. Em ambos os casos da ambição resultaram filmes falhados, na minha opinião.
"Inception" é um filme diferente, é um filme de autor e esse autor é Christopher Nolan, cujas obsessões são a fundação mesmo do cinema na sua origem. Deram-lhe os milhões que pediu e ele foi mais longe do que nunca. Onde está a realidade e a ilusão? Onde começa e acaba uma história? Como manipular o espaço e o tempo? E nisto tudo, como suspender a crença do espectador e embarcá-lo connosco na nossa viagem. Não vale a pena dizer que está de pé sobre o ombro de gigantes e que cita abundantemente a história do cinema. Tarantino, por exemplo, fá-lo melhor. Não vale a pena dizer que as personagens são talvez esquemáticas porque o que lhe interessa é o jogo, a dinâmica entre elas. Se calhar em "Ocean's Eleven" por exemplo essa dinâmica está construída com mais destreza. Não vale a pena dizer que não é servido pelos mais excepcionais actores, basta lembrar o Joker de Heath Ledger. É tudo verdade, mas nada disso torna este um filme menor.
Podia continuar aqui o resto da noite a fazer apartes, mas a verdade é que "Inception" é um dos motivos por que o cinema foi inventado, tem uma história, um passado e um futuro. É um filme que trabalha a nossa memória e manipula o nosso desejo antagónico de realidade e de fantasia. Mesmo que no fim saiam decepcionados, mesmo que ao quarto passo de aprofundamento da viagem se sintam já cansados, mesmo que o ritmo da montagem perfeita vos enjoe, vão ver. Vale a pena. "
Aqui:
http://lsoares.blogs.sapo.pt/
O aniversário
dinner for one, vostfr, très drôle !!
Enviado por asilis93. - Novelas, pegadinhas e comedias em video
Une vieille dame anglaise veut fêter son 90e anniversaire avec ses amis de toujours, Sir Toby, l'amiral von Schneider, Mr. Pommeroy et Mr. Winterbottom. Mais ils sont tous morts. Son majordome va donc jouer les rôles de ces personnes-là. En conséquence, il va boire énormément. Autres effets comiques : il joue le rôle d'un amiral en claquant ses talons, ça fait mal. À la fin, il est complètement ivre, en un tel point qu'il ne trébuche même plus sur le tapis en peau de tigre. La vieille dame, flegmatique, part alors se coucher.
Rolando Rex
Ho pure pianto di gioia.
Senza parole.
Nemorino: Rolando Villazon
Orchester der Wiener staatsoper
Alfred Eschwe conductor
A estrada menos usada - Robert Frost
"Cada escolha nos coloca mais perto ou mais longe de alguma coisa. Para onde as suas escolhas estão levando a sua vida?" Eric Allenbaugh
A estrada menos usada - Robert Frost
Num bosque, em pleno outono, a estrada bifurcou-se,
mas, sendo um só, só um caminho eu tomaria.
Assim, por longo tempo eu ali me detive,
e um deles observei até um distante declive
no qual, dobrando, desaparecia...
Porém tomei o outro, igualmente viável,
e tendo mesmo um atractivo especial,
pois mais ramos possuía e talvez mais capim,
embora, quanto a isso, o caminhar, no fim,
os tivesse marcado por igual.
E ambos, nessa manhã, jaziam recobertos
de folhas que nenhum pisar enegrecera.
O primeiro deixei, oh, para um outro dia!
E, intuindo que um caminho outro caminho gera,
duvidei se algum dia eu voltaria.
Isto eu hei-de contar mais tarde, num suspiro,
nalgum tempo ou lugar desta jornada extensa:
a estrada divergiu naquele bosque – e eu
segui pela que menos usada me pareceu,
e foi o que fez toda a diferença.
"Você é as suas escolhas", disse Séneca - precisamos aceitar as consequências dos nossos actos. "Escolhemos nossas alegrias e infortúnios muito antes de vivenciá-los", disse Kahlil Gibran. Essa é a única vida que temos pra viver. Mesmo aqueles que acreditam em vidas passadas, sabem que a existência é só uma. Fomos presenteados com o livre-arbítrio. Precisamos aprender a pensar mais nas escolhas que fazemos. "Três coisas não voltam: A flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida."
│The road less traveled - Robert Frost
Two roads diverged in a yellow wood
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth
Then took the other as just as fair
And having perhaps the better claim
Because it was grassy and wanted wear
Though as for that, the passing there
Had worn them really about the same
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black
Oh, I kept the first for another day!
Yet, knowing how way leads onto way
I doubted if I should ever come back
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence
Two roads diverged in a wood
And I took the one less traveled by
And that has made all the difference.
Músicos Madeirenses
MÚSICA PORTUGUESA
Bate o Pé, imitação de instrumentos e O Magala (0 31) num espectáculo transmitido pela RTP. Max nasceu na Madeira em 1918 tendo falecido em Lisboa em 1980.
OUVI DIZER
Music Video
Directed by José F. Pinheiro
1999 Portugal
Ouvi Dizer
Ornatos Violeta (featuring Vitor Espadinha)
Ouvi dizer que o nosso amor acabou
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!
E pudesse eu pagar de outra forma! (x3)
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu não fui
Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma! (x3)
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma! (x3)
A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas... nos carros... nas pontes... nas ruas...
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Para nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!
terça-feira, 27 de julho de 2010
segunda-feira, 26 de julho de 2010
" Ó mãe, eu não sei nada!..."
(eu sabia de cor toda a geografia)
O Senhor Inspector
deu-me a nota mais alta em geografia
e disse gravemente:
- "Continua. Hás-de ser gente..."
"Ângulo recto, agudo,
cateto, hipotenusa...
(já manchara de giz a minha blusa
mas respondia a tudo
e a professora sorria
enquanto eu papagueava a geometria)
"...D.Sancho, o Povoador...
D.Dinis, o Lavrador...
(Tinha então boa memória,
sabia as datas da história...)
1580
1640
1143
em Arcos de Valdevez...
(Muito bem, sim senhor!
A pequena é simpática)
E depois, em voz alta, o senhor Inspector:
- Vamos à gramática." -
"...E, nem, não só, mas também...
conjunções copulativas"
(Eu pensava na alegria
que ia dar a minha mãe,
nas frases admirativas
da velha D.Maria,
a minha primeira mestra:
- Tão novinha e ficou "bem"!" -
e esta suavíssima orquestra
acompanhava em surdina
o meu primeiro exame de menina
aplicada, orgulhosa e inteligente...)
- "Vá ao quadro, menina! Docilmente
fiz os problemas, dividi fracções,
disse as regras das quatro operações
e finalmente
O Senhor Inspector felicitou-me,
quis saber o meu nome
e declarou-me
que ficara "distinta" sem favor.
Ah! que esplendor!
Que alegria total e sem mistura,
que orgulho, que vaidade!
Olhei de frente o sol e a claridade
não me cegou, julguei-a quase escura...
As estrelas, fitei-as como iguais.
Melhor: como rivais...
E a Humanidade
pareceu-me um rebanho sem vontade,
uma vasta colónia de formigas...
(As minhas pobres, tímidas amigas!)
Pouco depois, em casa, a testa em fogo, o olhar em brasa,
gritei num desafio
à terra, ao céu, ao mar, ao rio:
- "O mãe, eu já sei tudo!"
No seu olhar tranquilo de veludo,
no seu olhar profundo,
que era todo o meu mundo,
passou uma ironia tão velada,
uma ironia
tão funda, tão calada,
que ainda hoje murmuro cada dia:
"-O mãe, eu não sei nada!..."
de Fernanda de Castro in Trinta e nove poemas (1941)
Poema da Maternidade
Poema da Maternidade
Pode lá ser! Não quero, não consinto!
Tudo em mim se revolta: a carne, o instinto,
A minha mocidade, o meu amor,
A minha vida em flor!
É mentira! É mentira!
Se o meu filho respira,
Se o meu corpo consente,
Covardemente,
A minh'alma não quer!
Eu não quero ser mãe! Basta-me ser mulher!
Basta-me ser feliz!
E o meu instinto diz:
— «Acabou-se! Acabou-se! Agora renuncia:
Começa a tua noite: acabou-se o teu dia!
Tens vinte anos? Embora! A tua mocidade
Perdeu chama e calor, perdeu a própria idade.
Resigna-te. És mulher! Foi Deus que assim o quis.
Já foste flor: agora és só raiz.» —
Não pode ser! É injusta a minha sorte!
Não quero dar vida a quem me traz a morte!
O meu destino há-de ter outro brilho!
Vida, quero viver! E morro, morro...
Filho!
Pode lá ser, Jesus! Eu não mereço tanto!
Filho da minha dor, eu já não choro — canto!
Filho que Deus me deu! Porquê, Senhor,
Há só uma palavra: Amor, Amor, Amor?!
Dai-me outra voz que nunca tenha dito
Coisas más, coisas vis... e que saiba a infinito...
Dai-me outro coração, mais puro, mais profundo,
Que o meu já se quebrou de encontro ao mundo...
Dai-me outro olhar que nunca tenha olhado,
Que não tenha presente nem passado...
Dai-me outras mãos, que as minhas já tocaram
A vida e a morte... o bem e o mal... e já pecaram...
Filho, por que seria? Ao vires para mim,
Mudaste num jardim
Os espinhos da minha carne triste...
E como conseguiste
Dar uma cor de sol às horas mais sombrias?
Meu menino, dorme, dorme,
E deixa-me cantar
Para afastar
A vida, um papão enorme...
Meu menino, dorme, dorme...
Vamos agora brincar...
Que brinquedo, meu menino?
O mar, o céu, esta rua?
Já te dei o meu destino,
Posso bem dar-te a Lua.
Toma um navio, um cavalo,
Toma agora o mar sem fundo...
Ainda achas pouco? Deixá-lo!
Se quiseres, dou-te o mundo!
Mas por que não vens brincar?
Por que preferes chorar?
Jesus! Que tem o meu filho?
Que vida estranha no brilho
Do seu olhar?
Uma vida inquieta e obscura
Anda a queimar-lhe a frescura ...
Ainda hoje, meu filho, não sorriste
E o teu olhar é triste...
Cheiras a noite, a luto, a azebre...
Senhor! O meu filho tem febre!
O seu hálito queima, o seu olhar escalda...
Ele que tinha um olhar de estrela ou de esmeralda
E um perfume de flor,
Agora tem na boca um amargo sabor
E cheira a noite, a luto, a azebre...
Senhor! O meu filho tem febre!
Tirai-me dos olhos toda a luz!
Livrai-me da blasfémia... Deus! Jesus!
Pois se o meu filho morre, se agoniza,
Por que há flores no chão que ele não pisa?
Se num coval o hei-de pôr, de rastros,
Por que estarão tão altos os astros?
Senhor, eu sou culpada… Eu sei o que é o pecado…
Mas ele, meu Jesus, ainda não tem passado...
Para mim, não há mal que não aceite,
Mas ele, ainda tão perto do teu céu!
A sua vida era beber-me leite...
No olhar com que me olhava tinha um véu
De neblinas, de névoas de outras vidas...
Às vezes, tinha as pálpebras descidas
E punha-se a chorar no meu regaço
Com saudades, talvez, do céu, do espaço...
O meu filho tem febre!
Por que andam a cantar pelos caminhos?
Por que há berços e ninhos?
Vida! O meu filho era belo,
O meu filho era forte!
Vida, que mãe és tu? Defende-me da morte!
Vida! Vida! Vida!
Louvado seja Deus! A morte foi-se embora!
Já não tens febre agora!
Louvado seja Deus! O meu menino vive,
Este menino, o meu, que só eu tive!
E pude blasfemar!
E o meu menino chora, e eu posso já cantar!
E o meu menino canta e eu posso já chorar!
O meu menino vive e toda a vida canta,
Toda a terra é uma fresca e sonora garganta!
Que toda a gente o saiba e toda a terra o veja!
Louvado seja Deus!
Louvado seja!
Fernanda de Castro
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Katie Malua at Montreux Jazz Festival the 17/07/2008
(Entire song) Katie Melua at Montreux Jazz Festival the 17/07/2008. Beautiful song and concert! Great memories
Lyrics:
You're beautiful so silently
It lies beneath a shade of blue
It struck me so violently
When I looked at you
But others pass, they never pause
To feel that magic in your hand
To me you're like a wild rose
They never understand why
I cried for you
When the sky cried for you
And when you went
I became a hopeless drifter
But this life was not for you
Though I learned from you
That beauty need only be a whisper
I'll cross the sea for a different world
With your treasure, a secret for me to hold
In many years they may forget
This love of ours or that we met
They may not know
How much you meant to me
I cried for you
And the sky cried for you
And when you went
I became a hopeless drifter
But this life was not for you
Though I learned from you
That beauty need only be a whisper
Without you now I see
How fragile the world can be
And I know you've gone away
But in my heart you'll always stay
I cried for you
When the sky cried for you
And when you went
I became a hopeless drifter
But this life was not for you
Though I learned from you
That beauty need only be a whisper
That beauty need only be a whisper
quinta-feira, 22 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
ANIMAÇÃO
7 minutos de documentário animado sobre a Guerra da Independência da Irlanda. Vencedor de Melhor Filme de Animação no festival de La Femme 2006. Também pode ser visto no Canal Frederator
http://saraspot.net/
ILHAS (1)
«A ilha é, também, o território do excesso, aquilo a que os gregos chamavam hubris. É numa ilha, com efeito, que Platão situa a Atlântida nos diálogos Timeu e Crítias. Segundo o filósofo ateniense, foi Sólon quem trouxe do Egipto, por volta do ano 600 a.C., a história e a descrição dessa ilha condenada pelos seus excessos. Imensa e opulenta, dividida em dez reinos e em milhares de distritos, com uma capital toda em ouro e marfim, a Atlântida opõe-se ponto por ponto à cidade ideal, modesta e unida, à Atenas arcaica proposta em A República. Será, aliás, a propensão ao desconexo e à multiplicidade que levará a Atlântida à ruína. A ilha é, neste caso, a figura negativa do outro. Outro exemplo da desmesura fatal que podem representar as ilhas encontra-se no Canto IX da Odisseia: depois de ter escapado aos Lotófagos, Ulisses chega à ilha do ciclope Polifemo (a actual Sicília); este devora imediatamente seis dos dez companheiros do viajante. A desmesura é aqui acompanhada de transgressões de todo o tipo, como o consumo de carne humana e de ambrósia em excesso. É precisamente por isso que o ciclope provoca a sua própria perda: Ulisses consegue embriagá-lo, cravar uma estaca no seu olho e fugir da caverna, enganando, mais uma vez, os ditames do destino. Essas costas insulares do excesso são, também, pintadas na banda desenhada, com o pincel de Hergé nas aventuras de Tintin, designadamente nas pranchas da famosa A Estrela Misteriosa, em que a fauna e a flora são gigantescas, ameaçadoras e, simultaneamente, ameaçadas. Porque as ilhas da desmesura são efémeras: «Na literatura utópica, a ilha que desaparece submersa é, também, uma maneira de mostrar que as utupias não podem existir», comenta Alberto Manguel.»
(texto de Clémence Boulouque; Lire, Junho 2004; Trad. de João Carlos Barradas)
via
http://fundamentos-da-passagem.blogspot.com/
SORRISO
O SORRISO
"Creio que foi o sorriso,
sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso."
segunda-feira, 19 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
meditação
MEDITAÇÃO
...este incessante morrer obstinado,
esta morte vivente,
que te retalha,oh,Deus,
em tua rigorosa obra
nas rosas,nas pedras,
nos astros indomáveis
e na carne que se queima,
como uma fogueira acesa por uma música,
um sonho,
um matiz que atinge o olho.
...e tu,tu próprio,
talvez tenhas morrido eternidades de eras aí fora,
sem que saibamos a respeito,
nos refugos,migalhas,cinzas de ti;
tu que ainda estás presente,
como um astro imitado por sua própria luz,
uma luz vazia sem astros
que nos alcança,
escondendo
sua infinita catástrofe."JOSÉ GOROSTIZA"
via
http://www.acaminhodotemplo.com/