quarta-feira, 16 de março de 2011

Natália Correia

Eu não sou deste mundo. Então de qual
Planeta absurdo me acontece a vida
Que o carimbo me põe de original
E a minha estrela dá como perdida?

Pelo condão de um humor filosofal
Do estranho me finjo distraída.
Num hífen entre o nada e o ideal
Hasteio a farsa de coisa conseguida.

Estranheza de ser. De agoniado
Espanto sou feita num sonho naufragado.
Tempo emprestado com um astro louco ao fundo.

Sitiada por trevas não descanso
De indagar minha essência e só me alcanço
Na loucura de não ser deste mundo.

Um dos poemas de "Louvado seja o génio da noite" de Natália Correia

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